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segunda-feira, agosto 29, 2005

Minha Passagem Para o Breve.

Conto os dias horas minutos para o retorno à normalidade empapada no tempo que me foge.

Ao longe vejo o peso do cansaço que esqueci e os dias sempre iguais que me esperam...

Tempo de balanço para um afincar de pés na realidade enevoada, no desgaste de ver o país as pessoas a tristeza a miséria a fome e a indiferença de quem pode falar o grito desprezado... O que ficou depois de tudo arder...

De Ary dos Santos, Cavalo à Solta,:

Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve secreta e pura
Minha passagem para o breve breve instante da loucura
Minha ousadia meu galope
minha rédea meu potro doido
Minha chama minha réstia de luz intensa
De voz aberta minha denúncia do que pensa do que sente a gente certa.

Beijinhos a ontemhoje, faztudo, escritaepinturas, voydetapas, todos blogspots.com e pessoas especiais...

Beijo com sabor a réstinhos de férias... salgadas e doces... Doces e salgadas... Sabor a Beijo... meu... réstinhos...

sábado, agosto 27, 2005

Ao Cão que acompanha o caminhar

Caminhava absorvendo tudo cada pedra cada árvore cada som cor cada atalho alguns pedaços de céu.

No fundo também assim era a vida vários caminhos várias viagens várias corridas chegadas e partidas.

Aspirava a fragrância daqueles pinheiros na quietude da tarde cálida e apetecia-lhe ficar para sempre naquele instante.

Ao seu lado só o cão tivera coragem para desafiar o bafo estival e indeferir a sesta para acompanhá-la.

Lembrava nostálgica o som de crianças a brincar por ali. Agora eram só casas abandonadas outras já só sólidas pedras de granito ao sabor do tempo paredes caídas que lhe sussurravam memórias adormecidas dentro de si.

Arquivos de tempos que foram ontem. Partículas de gerúndios esquecidos. Estava contente de hoje ali caminhar consciente da viagem em preparação para a partida depois da chegada.

Caminhava com o cão ao seu lado atrasando-se por vezes correndo atrás de uma borboleta ou ficando para trás para brincar com um saltarico ou ladrando para algo inaudível a qualquer outro ser.

Só o cão dissera um sim incorpóreo ao apelo do passeio.

Caminhava ao seu lado atrasando-se apenas na contemplação de coisas lá da raça dele lá de cão.

Cauteloso parava quando era para parar e caminhava quando era para o fazer fazendo também seu o outro caminhar.

sábado, agosto 20, 2005

Ainda de férias, com muito prazer...

... Perdi a minha cor de peido.Não me doem as pernas. As olheiras atenuaram. Ganhei elasticidade. Ganhei o pulmão direito e metade do esquerdo.

Vitor Pêra chama-me magra de novo.

Martim Pêra perdeu também cor de gás e diz que nasceu em mil novecentos e África...


A Calcanhoto ficou em casa!

A Dharma está com a avó Fáma!

Vou ali e volto mais coisa menos coisa...


...BoAs... FéRiAs... PaRa... ToDoS... BoAs... PaRa... ToDoS... FéRiAs...

sexta-feira, agosto 12, 2005

Férias!

Vou...

...Trancoso, Região Centro, Distrito da Guarda, Vale do Côa, 900 metros de altitude, Região de Turismo da Serra da Estrela...

... a cidade encontra-se ainda rodeada de muralhas da época dinisiana, com um belo castelo também medieval. Com os seus numerosos monumentos, da arquitectura civil e religiosa, constitui um dos mais expressivos Centros Históricos do país.

Ver mais em trancosomedieval.blogspot.com e trancoso.pt.vu


Enquanto vou e não volto venho, assim, sugerir as minhas passagens de todos os dias, para enganar com prazer o tempo de quem fica (o meu blogue tem uma qualquer irregularidade que não me permite linkar no seu template):

escritaepinturas.blogspot.com
faztudo.blogspot.com
voydetapas.blogspot.com
ontemhoje.blogspot.com
mendesferreira.blogspot.com


quemescreveescreve-se.blogspot.com

Blogas férias, perdão, boas férias e boas blogadas e bloguices para todos!

Beijos dos Pêra e um muito especial, meu...

quarta-feira, agosto 10, 2005

Sim, sim, sim ou versão hard: yes, yes, oh yes!

Sim, Vitor Pêra, prometo que hoje ou amanhã, o mais tardar na sexta-feira, faço as malas, sim, eu sei que vamos no sábado, bem cedo, sim tenho os teus calções lavados, não, já sabes que não passo a ferro, caraças estás de férias ou vais para a companhia de seguros? Sim, os produtos de higiene, sim a certidão para o tio, sim, o cheque para a Carmo, sim pá!, estou a ver-te, sim, claro que estou atenta, o carregador do telemóvel, claro que não esqueço... Sim o ano passado deixei ficar lá o outro, mas também não dá para este pois não? Sim, o material para o Martim Pêra refrescar a aprendizagem, sim, pá, está bem, sim o teu ansiolitico para te ajudar a deixar de fumar, sim, as pastilhas de nicotina, sim, já comprei comida para a Dharma suficiente, sim também os biscoitos, sim a minha mãe diz que vem cá, não não a convides para jantar na sexta, as directrizes são dadas pelo telefone, ando sem pachorra! É pá alguma vez te faltou alguma coisa! Deixa lá homem se me esquecer dos boxers compro-te uma cueca de feira ou daquelas made in china com formatos de animais e fio dental, não te preocupes, ainda hoje é quarta-feira, temos imeeeeeeeeensoooooooooo tempo.

Este é o tipo de pressões que sofre uma super-ultra-herói, reformada e com o rabo a crescer. O que vale é manter ainda residuos dos tempos de super, em que era conhecida por mulher elástica. Lá esticarei os bracinhos, sem mexer o rabinho, e meto tudo num saco qualquer! O gajo fica insuportável quando conta os dias! Take it easy, "babe"...


segunda-feira, agosto 08, 2005

Decidi Convocar/Fabricar/Obter apoios para uma "manife"

[Ou me são atribuídos períodos de descanso compulsivos, da minha chefia máxima, ou tentarei organizar uma manifestação contra tudo e todos!]

Clandestinamente com Vitor Pêra ajudando no que pode:

(Itens decididos em plenário, directivas máximas, imediatamente após a silly season.)

1º A Darma Pêra não deve dormir tanto.
2º Vitor Pêra deve deixar de fumar tal como prometeu no século passado.
3º Helena Pêra vai deixar o ingestão compulsiva de álcool, doença genética que herdou sem pedir, assim como o local de nascimento, no género, se é que pudemos comparar...
4º Vamos mudar de música!
5ª Vamos abrir outra boémia, do nosso país, não uma ruiva da Checa (que saudades da bejeca de Praga! - isto sou eu, Helena Pêra, a falar!)
6ª Convocamos portugueses, africanos, brasileiros e outros emigrantes, força do nosso país, para todos, juntos, unidos, evitarmos a extinção involuntária de uma nação com séculos de história, morrinhenta, sabemos!, mas é a nossa!
7ª Fabricar um sentimento comum de revolta e de não aceitação dos factos evidentes: criar um factor de união, uma voz universal que traduza a “sentimentalidade” de alguém que já foi povo.
8ª Obter apoios de partidos políticos supostamente insatisfeitos, associações, instituições com pagamentos estatais em atraso, organismos sem fins lucrativos descontentes com apoios autárquicos.
9ª Juntar q.b. centenas de médias empresas, dezenas de famílias numerosas descontentes com o aumento do IVA, associações de inquilinos e senhorios, desempregados em via de perder o subsídio, empregados na iminência do desemprego, Carris, CP, Vimeca, Rodoviária Nacional, Mafrense e afins, Sindicatos, ... etc e cetera e terá, todos, todos, quem vier virá e será bem recebido.
10ª Misturar , agitar, verter e esperar pela explosão.


Espero o maior apoio possível por/e a esta causa, perdida, talvez, mas que não será só minha, digo eu!, há-de ser de todos; os filhos de nossos pais, os pais de nossos filhos, os avós dos nossos netos; filhos dos nossos filhos...



Eu não quero que o meu ciclo fique só pela procriação, gostaria de qualidade de vida para correr e cair com os meus netos, de me puder levantar e seguir a gargalhar, sem esta dor e mágoa que volta cada Verão mais intensa, este desespero de quase perder a esperança, que me deixa cada vez, mais, a ver monocromáticamente...


Por isso, convoco e fabrico as necessidades de todos nós e prometo obter apoios para definitivamente organizar a exteriorização da manifestação daquilo que no fundo todos pensamos mas calamos, ao não declarar aquilo que sentimos.


P.S. único: as folhas das àrvores começaram a cair...

o momento

" Que fazer? Isolar o momento como uma coisa e ser feliz agora, no momento em que se sente a felicidade, sem pensar senão no que se sente, excluindo o mais, excluindo tudo. Enjaular o pensamento na sensação, (...)"

O Livro do Dessassossego, Bernardo Soares (FP)

Fim-de-semana é para ganhar coragem...

A vida é feita de pequenos nadas, até Martim Pêra canta e recanta SG ( a sua preferida é a Balada de Rita)...

(O que seria a minha vida sem música? Sem livros, sem papel e canetas várias...
E sem o meu Vitor Pêra que aceita e respeita as minhas loucuras acabando sempre por também subir a bordo!)

O fim-de-semana foi óptimo! Depois de uma sardinhada no sábado, o filho foi dormir a casa da avó, com a prima. Os velhotes (nós) voltaram para casa com um olhar de quem se quer provar logo ali no elevador (elevador antigo muito lento a chegar ao décimo piso!).

...

Fomos buscar o Martim Pêra e a prima no domingo depois de jantar, também nós saciadinhos e bem alimentadinhos, muita Volta a Portugal, muito atletismo...

...

Adorei ver o João Carlos Silva, de São Tomé, mas sem o seu Kalu, a cozinhar na Volta! Com muita pena minha não deverei estar ainda em Trancoso aquando da sexta etapa.


A contagem final para as férias tão ansiadas...


sábado, agosto 06, 2005

... estou cansada de respirar fumo...

... estou para aqui, depois de um amor com sexo e graça. A super-mãe-de-pai-ultra-herói, portanto, super-avó-ultra-paterna, de pai-super-herói não conseguiu ficar com Martim Pêra e a noite não foi por aí além... Foi só um manso manso para aliviar tensões...

Ir e voltar!

...cores...

Take “uane”: sala, sofá, secretária, cadeira, gata deitada com Vitor Pêra. Helena Pêra guarda no word:

Vitor Pêra mama pastéis de nata, sem revolta...

... meti os pê-agá_ones e ouço o som do meu leitor de cd, que só lê, do PC, o mesmo que me tem acompanhado os dias... últimos...

... se o meu amigo Exaustão cá estivesse dizia que esta merda é deprimente e lavava-me com um trash metalzinho, de deixar a alma nova...

... por isso, ou talvez não, fico limitada a este espaço condicionado, com ar, oásis, lounge, qualquer coisa que me aquieta a inquietação...

... sem saber exactamente o que sinto o que faço o que deveria fazer...

Vitor Pêra dorme o sono dos justos!


Acho que o vou levar à cama e postar isto.
(Amanhã rasgo as memórias e escrevo tudo de novo! )


Com o meu sabor,
Beijo,
Helena Pêra

Durmam bem!

(Tantas reticências!!!!!! !!!!!!! !!!! !!! !! ! )

quarta-feira, agosto 03, 2005

Acabámos de brincar às operações com o filho!

Vitor Pêra veio à consulta do doutor Martim Pêra com queixas de dores abdominais intensas, confirmadas com o martelo (estamos muito mal de instrumentos cirúrgicos, neste momento só mesmo de construção civil!) e tivemos mesmo que intervir.
Helena Pêra, assistente fiel do doutor Martim, ajudou na preparação do doente.
Começamos com a broca mais grossa do berbequim, seguida da serra eléctrica e abrimos Vitor Pêra, sempre assistidos pelo anestesista e com a anestesia muito bem aplicada.

Muitos ressonos e gases depois Vitor Pêra acorda estremunhado com a conta à frente:

- Senhor Pêra, ainda bem que acordou! Correu tudo muito bem. Tem aqui a continha, para pagar já, se fizer o favor...
- Mas..., então,... era o quê? – entaramelado pergunta.
- Ó senhor Pêra só sei que tenho aqui a continha do doutor Martim... Ele não me disse mais nada... Só sei que nada sei, como Sócrates, o filósofo...

E imediatamente o doente tem nas suas mãos um papel ranhoso e manhoso com os seguintes dizeres rabiscados, que lê, desfocados:

“Vitor Pêra, Companhia de seguros, funcionário 4153:

Ressonos = 25,00
Gases = 50,00
Anestesia + Anestesista = 125,00
Cirurgião = 90,00
1ª Ajudante = 55,00
Sala de piso = 250,00
1 Benzodiazepina, pré-operatório = 5,00
Pipocas e refrigerantes para familiares na sala de espera (com desconto cartão minipreço) = 15,00
Taxi para casa (os familiares da pipoca foram-se todos embora teve de chamar-se um, porque o doente não tinha a isenção em dia, para não ir de ambulância) = 35,00 (com gorjeta )

Total: 650,00 (Seiscentos e cinquenta euros)”

- Mas,... mas,... o-que-é-que-eu-tinha,... eu não percebi bem o senhor doutor, antes da operação...
- Ó senhor Pêra quer com IVA ou sem IVA?
- Bem eu não percebo muito bem desses termos medicócientificos... Mas gostava que me dissesse a verdade. É muito mau?
- São gases senhor, são gases...

Quarta-Feira, o dia depois de ontem...

Tive insónias. Agarrei num livro de Cunningham enquanto o sono não vinha. Os Pêra dormiam tranquilos, no quarto grande, com Dharma Pêra a seus pés. Quando finalmente o esperado chegou apaguei a luz da sala, dei uma traulitada com o pé direito na porta, guinchei de dor, às escuras, maldizendo a porra das portas. Sou tipo gato odeio portas! Mas o pior é que é reciproco! Bem, adiante... Deitei-me na cama do Martim Pêra e adormeci.

Acordei com ele a refilar, sonolento e um pouco febril ainda, "Vitor Pêra, cala-te, estás a ressonar!".

Trocámos de cama. Martim Pêra devolvido à realidade do seu quarto, e eu ao leito conjugal.

Acordei mais setecentas vezes. O brufen. A água. O querer fazer xixi. A dor de barriga. As idas e vindas. (Ai as portas senhor!)

O ressonar tranquilo. Vitor Pêra jura a pés juntos que passa as noites a acordar, quando à noite me queixo do cansaço das noites mal dormidas...

(Já contratei uma firma de segurança para instalar uma camara de video vigilância oculta, para vermos juntos o filme da nossa vida!)

... esta amargura é cansaço com muita oscilação hormonal à mistura...

terça-feira, agosto 02, 2005

A Minha Estrelinha

Parte 1 – Eu

Estou com uma puta de uma azia existencial, daquelas que tantas vezes tenho, que me deixa cheia de perguntas sem resposta. Parece tudo tão fútil e ausente de sabor que fico estática à espera de me ver reagir, sem resultado...

Encho-me de música fujo dos livros da escrita dos quadros inacabados... de quase tudo...

... Estou cansada dos outros: quero tempo-tempo-tempo para mim, só, sem me preocupar com os outros... Poder também delegar neles, os outros, as responsabilidades que não são só minhas!


Parte 2 – A esperança

Amanhã o dia será muito melhor.


Parte 3 – O meu outro eu

O meu filho está doente e eu fico com o peso do mundo nos ombros, não consigo evitar sentir-me assim, impotente, impotente, impotente...

Pois terá de ser operado, coitadinho do meu lindinho!, mas é uma intervenção banal que o deixará como novo, pronto para novas e estimulantes etapas do seu crescimento...


Parte 4 – A estrela

A minha sorte ou natureza ou treta assim é que facilmente aceito a realidade, não a podendo modificar tenho de a aceitar, e acredito sempre na estrela que vejo à noite no céu e que eu acho ser só minha, que presunção,...

... enquanto não a reivindicarem afianço que aquela estrela é mesmo minha!

segunda-feira, agosto 01, 2005

A gueixa Helena Pêra

Esmerei-me com o jantar.

Pedi à C. para o Martim Pêra lá pernoitar.

Aluguei um filme com a Sophie Marceau, que ele venera, desde que a conhecemos no Fórum Lisboa, num dos primeiros festivais de cinema francês patrocinados pela companhia de seguros.

Tomei um duche, vesti o fio dental que ele tanto gosta, o da "patinagem artística"... E por cima só o vestido moçambicano que herdei da avó Malacueca.

Chegou cansado e transpirado, "sabes lá o dia que tive, tá-tá-ti, tá-tá-tá... Tirei-lhe a roupa, mandei-o calar e fiz-lhe uma massagem relaxante, daquelas que eu sei quando quero!

Dharma Pêra permanecia apoiada nas patas traseiras à entrada do quarto, à espera para dar as "turrinhas" de boas-vindas ao dono, com aquele seu olhar felino penetrante...

"Deixa-te estar, vou preparar o banho!". Nem era preciso dizer nada. Vitor Pêra não mugia nem tugia, relaxadíssimo, acho que ainda lhe ouvi um ressono enquanto me encaminhava para a casa de banho.

Enchi a banheira, com água a ferver, como o meu super adora, com o gel de chuva tropical do carrefour que o meu ultra tanto aprecia.

Vitor Pêra achou muito estranho, deve ter pensado "... a gaja está com SPM e em vez de me maltratar e gritar comigo está tão doce e dengosa,..."

No fim do jantar servi-lhe a sobremesa: a factura da PT, a cobrar na sua conta bancária dentro de dias, com o meu "gasto" de internet.

O homem ficou paralisado! Aproveitei e saltei-lhe para cima. Esqueceu a factura e arrancou-me o fio dental.

Epílogo: Cá se fazem cá se pagam.