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segunda-feira, janeiro 30, 2006

E a puta dança...



Balofas carnes
de balofas tetas
caem aos montões
em duas mamas pretas
chocalhos velhos a
bater na pança
e a puta dança.

Flácidas bimbas sem
expressão nem graça
restos mortais de uma
cusada escassa
a quem do cu só lhe
ficou cagança
e a puta dança.

A ver se caça com
disfarce um chato
coça na cona e vai
rompendo o fato
até que o chato
de morder se cansa
e a puta dança.

"Balofas carnes de balofas tetas"
de António Botto


Poste dedicado ao Pedro, "da negra", lembranças dos tempos de garagem, para quem escrevi um poema, algures numa noite sem fim...


P.S. Cansada de blogues, bloguistas e bloguices
Cansada das não-verdades, da inveja e cinismo
O ego já mais será derrotado, não precisa ser adorado
Vou ali e não sei se volto
Cansada do vento
Abrigo-me do vazio
Cá dentro está quente e há amor
Incondicional, sem fantasias,
"És a maior!"
Sei e subscrevo...

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Ao sol é que se está bem!

O natal já passou embora possa ser natal quando um homem quiser ou uma mulher ou outra combinação de raça humana da passagem do ano ficou a memória o ano começou a campanha eleitoral a eleição já foi aguarda-se a tomada de posse lá para Março nove.

O frio anda por aí como tantas outras coisas não chove o sol não aquece a lua está em fase minguante e eu estou com um dia a mais que ontem.

Apetecia-me convidar uma amiga vestir o meu bikini cor-de-rosa por as banhas de fora a esturricar lentamente e dar umas lambas bem dadas no pêlo todo para o meu cinzento resplandecer.

Apetecia-me mesmo!

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Os dias



Gottfried Helnwein

"Moral", 1983

O dia inaugurado, cinzento e húmido, o sair de casa apressado ainda de sapato desapertado, torrada na boca, meia comida, em luta com o tempo, com a vida, sempre à espera, pensou mais uma vez em dizer-lhe calma companheira, sempre a caminho, sempre sozinho, calma companheira, que estou a ir, a vida, sempre à espera...

O dia acabado, a noite fria espalha-se, de volta a casa, apressado, cansado, cigarro acesso, rádio ligado, onde pára o trânsito, o regresso, o sapato apertado, o entrar em casa, cansado, estou cansado!, lamenta-se para as paredes, sempre sozinho, a vida fica de molho até amanhã, logo se vê o que se faz com ela, é tempo de descanso, apressado, para o novo despertar.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

E agora?


Ontem recebi uma sms que dizia o seguinte:

" O povo anda triste, mas vota alegre. A malta porreira vota Garcia Pereira. O povo anónimo vota Jerónimo. A malta com taco vota Cavaco. Quem vota amanhã vota Louça. Os burros votam Soares (não rima mas é verdade)."

E agora? Vamos continuar a brincar aos países? Nos ultimos dez meses fomos às urnas três vezes. A governação de Sócrates e parceiros já vai com nove meses de não-soluções e alarmismos vãos. O nosso primeiro já foi duas vezes de férias: o famoso safari ao Quénia enquanto o país ardia e as fériaszitas na neve. Soluções para a desgraceira nacional, para além do inevitável aumento dos impostos, é que nem vê-las. Um gajo que apregoava aos sete ventos que iria criar x postos de trabalho, só podia estar já a sonhar com o TGV ou a OTA. Por alguma razão o ministro das finanças disse "Goodbye my friend, see you later", e não quis ser boy for the job.

Se calhar está na altura do engenheiro começar a governar, foi eleito maioritáriamente pelo povo, tem obrigação de o fazer, entre umas fériazitas e outras.

O Dr. J. Sampaio, por quem tinha alguma admiração, vai mudar de casa e não deixa saudades. Condecorações desbravadas, asneiradas grosseiras e espero que resolva o problema Souto Moura, para não deixar o lixo para o novo morador.

O novo morador já tem rosto e nome. Foi decidido ontem, por todos nós. Chama-se Cavaco Silva, um velho conhecido da nação e é professor de economia.

Falou-se muito, nesta campanha, do que pode fazer um PR aos olhos da nossa constituição. Pode sempre fazer como Sampaio, mandar recadinhos, como este mandou a Durão Barroso, quando dizia nos seus discursos, que "há mais vida para além do défice". Pode estar atento ao que se passa e não deixar que tudo se passe e que passe tudo. Pode pedir estudos complementares, no caso do TGV e OTA, parece-me essencial, não me apetece nada patrocinar mais uma obra faraónica, já bastam os estádios vazios mas lindos e confortáveis... E pode sempre chamar o engenheiro, entre uma e outras fériazitas, e dizer-lhe: - Olhe que não, olhe que não...

O meu filho hoje não teve aulas. A escola serviu mais uma vez para exercer o direito e dever de voto. Cada pessoa que está o dia inteiro sentada a conferir listas ganha 80 euros e tem direito a um dia. Nos últimos dez meses fomos três vezes votar. As pessoas que estiveram não podiam ter recebido mais 5 ou dez euritos e arrumar a escola, para a vida prosseguir normalmente?

Vamos continuar a brincar aos países ou vamos agir, nós estamos a fazer o que nos pedem: pagamos mais impostos, deixamos as férias com que sonhamos para outra altura melhor, os nossos reformados (não) vivem com 250 euros de reforma, estamos dispostos (a contragosto) a pagar pela asneirada que estes governos sucessivos tem feito, mas porra!, vamos lá deixar-nos de merdas e quem ganha a vida a governar e a governar-se que nos governe!

Passaram nove meses. Pode ser que nasça qualquer coisa!

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Dedicado a todas as mulheres


Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado



Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Maria do Céu Prudente



"Com que roupa, eu vou, com que roupa é que eu vou, no samba que você me convidou..."

Vai com a roupa que te apetecer, a que te assenta e não se sente, a que se sente e não assenta, leva decote, leva saia, leva calças, leva aquela que quiseres, é apenas uma roupa, leva nariz de palhaço, cabeleira ou cabelo teu, pinta os olhos e os lábios, ou deixa-te assim, como és, como andas, como sentes, como vives... Leva a roupa que te apetecer! Não te esqueças é do corpo em casa!

terça-feira, janeiro 17, 2006

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Movimento


" A vida é como andar de bicicleta; para manter o equilíbrio, é necessário permanecer em movimento"
Albert Einstein

Há imenso tempo que não "bicicleto", mas dizem que nunca se esquece. Eu gostava mesmo era de ter sido patinadora, quando era criança. Era fascinada pela patinagem artistica e era uma grande patinadora, de patins de quatro rodas, que ainda sou do outro século... Depois parti um braço a andar de patins numa colónia de férias e a mãezita proibiu-me de sequer sonhar em voltar a usar uma coisa daquelas nos pés, nem que fosse para estar estática. A mãe tinha razão, porque no ano anterior já tinha partido os dois braços, quando caí da minha varanda. Era uma cabeça no ar! A minha alcunha era a despistada se tivesse que acontecer algum acidente era sempre comigo!

Hoje tenho umas periartrites de estimação em ambos os braços e algumas cicatrizes.
Ainda tenho alguns acidentes, mas nada como quando era criança! O último que tive foi há meses, tropecei nuns fios, naquele emaranhado de tv, video e dvd, fiquei literalmente presa num de um jogo que o Martim liga à tv e caí, tive uma sorte (eu sou muito sortuda!), aparei a queda com as palmas das mãos e bati apenas com o joelho esquerdo na tijoleira (ai!). O joelho foi um verdadeiro arco-iris durante duas semanas. Agora mantém uma sombra negra, que é para me lembrar para ter mais cuidadinho para a próxima.

Mas o movimento continua. Estar vivo é estar apto: a cair, a levantar, a rir, a chorar,... O equilíbrio procura-se. Atingiu-o em certos aspectos, noutros a busca continua... O movimento...

Bom fim-de-semana, se não me acontecer nenhum acidente, volto na segunda-feira!

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Lisboa, a mal amada...

Para quem ama a minha cidade como eu amo informo que tem à disposição os blogues do Jaime:

olhareslisboa.blogspot.com
lisbonwindows.blogspot.com

Concerteza existirão muitos outros (neste espaço imenso da blogoesfera), mas espreitem os do Jaime, eu acho que vale mesmo a pena!

Também temos uma cidade surpreendente! (cidadesurpreendente.blogspot.com, a cidade do Porto, por Carlos Romão.






Martim, tira a mão do pudim!


O Martim Pêra, viciou-se neste DVD, principalmente na cena inicial, a revolta dos contabilistas.

Sabe-me bem saber que o meu filho gosta do que eu gosto quando tem oportunidade de gostar daquilo que eu gosto. Sabe-me bem o sentido de humor dele, ainda em bruto, mas já bem encaminhado.

Nunca vi nada dos Gato Fedorento, mas julgo que se devem conhecer os mestres antes dos discipulos e quem conhece bem a obra dos Monty Python Flying Circus, sabe do que falo (de falar!).

Passei o final da minha adolescência a ver os episódios na RTP2. Passavam às 20h30 e era sagrado. Tinha tantas VHS gravadas, desapareceram todas, emprestadas, excepto uma, que coitada dada a idade está um bocado degradada.

São as minhas referências a nível de humor. Cá o Herman Krippahl, no "Tal Canal", "Casino Royal", "Amor de Perdição". Também o Herman foi beber à fonte MPFC, agora está pior que o melhor de Benny Hill, talentoso e criativo "cagou" no público, na escrita, desceu à piada ordinária e foleira, aos convidados requisitados pela degradação mental, por vezes física, stripper's,...
O Herman Sic também existe para divulgar as peças de teatro que fazem a temporada no Tivoli, que foi adquirido pelo próprio e quase só serve para "brasileiradas"...

Alguém se lembra de um SENHOR chamado Artur Semedo, e dos filmes realizados e outros em que participou? Talvez não. Os portugueses pecam pela memória lassa... Tive o prazer de conhecer o Artur, através do Jorge, do escritaepinturas.blogspot.com. Era um querido, cheio de humor e obsessão pelo SLB. E aquela maneira dramática e trágica que ele punha no que dizia. Infelizmente estive com ele, há cinco anos, numa cama de hospital. Saí de lá a chorar e foi a última vez, ele estava já muito mal, estive um bocado a dizer-lhe baboseiras e a fazer-lhe cosquinhas na cabeça, o resto do corpo era um emaranhado de fios e tubos.

Nunca o esquecerei e "Olivença é nossa!"...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

RCP, dixit

Diz o locutor da rádio, com-a-estupidez-natural-intrinseca-e-universal-da-estação:

"Eu sei que você gosta e já está de garganta afinada para cantar!"

O meu rádio-despertador manhoso, que uso ora na casa-de-banho, ora na cozinha, só sintoniza o RCP. Às vezes saio de casa, depois do duche, com uma filha-da-puta de uma azia existencial de tanto ouvir Abba, Rod Stewart e outros tantos. E há um gajo que até me deixa com crises de fígado quando o ouço: o pintalgado do Represas. Como Trovante, e dada a minha idade à altura, ainda o ouvia. O gajo é um lamechas de merda, que canta sempre da mesma forma, monocórdico q.b., esganiçado e mal fodido! Acho que hoje estou com a minha veia genética de gaja do norte bem activa: que poste ordinário! Peço desculpa pelo estado de alma e pela asneirada: estou com SPM; já avisei o companheiro ontem à noite porque fico insuportável, além das mamas a sair das copas do soutien... Enfim, tenham paciência, porque geralmente não sou assim... Acho que este DIU dá cabo de mim. Foi-me oferecido na MAC, pelo SNS e não tem nada a ver com o anterior, que era topo de gama, o estado não tem dinheiro para mais e cá ando eu com as hormonas malucas, aos soluços dentro de mim...

terça-feira, janeiro 10, 2006

Lena

Lá em casa o meu filho anda sempre a "dar-me música". Viciou-se naquele nojo dos "Morangos com açucar", nas férias de Verão, com a prima mais nova. A prima mais velha "sacou-lhe" as músicas na internet e agora levo com "isto"! Anda uma gaja a sofrer, a dilatar, a pedir epidural, para parir uma cria assim... As crianças, muito tenrinhas e apetitosas não devem ser deixadas à deriva pois são dadas a gostos duvidosos, que devemos controlar/contrariar. Esta semana viu "A crónica dos bons malandros", do Fernando Lopes, na nossa companhia, e adorou. Ainda não se calou com a personagem da "meretriz" Lina, a despachada.



And now let's look at the lirics:

Lena / Boss Ac

Não acredites em tudo o que vês , Lena
Tu bem tentas mas será que vale a pena?
A vida ensinou-te a respeitar as leis da rua,
A verdade é nua e crua mas a culpa não é tua
O teu pai nunca foi pai , a tua mãe não está presente
Não te deixes enganar porque toda a gente mente
Tu sabes bem , olhas á volta não vês ninguém
Não há amigos nesta vida , quem dá 50 tira 100

Quanto mais tentas sair, mais aprisionada estás
És boa entre pessoas más , é tarde para voltar atrás
Acordas a pensar onde foi que erraste , o que fizeste?
Será que tudo não passa de um teste?

Lena , Lena , e tudo o que tu querias era estudar
Desenhar , não te vão parar enquanto conseguires sonhar
Olha para o Céu , vê o teu futuro na lua
Minha amiga , a culpa não é tua...

Não acredites no que vês , segue o teu caminho como és
A culpa não é tua , Lena , Lena
Não acredites no que vês , segue o teu caminho como és
A culpa não é tua , a culpa não é tua

Que te pasa Lena?
Não te deixes abater mantém-te serena
Tens de encontrar uma saída para o teu dilema
Tu iluminas qualquer sala quando entras em cena
Desde que és pequena , Lena
A única coisa que o teu pai te deu foi a vida
E de repente estás num beco sem saída
Esquece o teu passado , o caminho é para a frente

Não há dúvidas ,tu sempre foste diferente
O mais importante para ti são os putos papeles
E tu consegues sempre tudo que tu quieres
Ás vezes o mais fácil é fugir e não olhar para trás
Vais estudar e procurar um pouco de paz

E quando passas pelo Puerto de Vigo
Lembras-te do teu pai e tudo o que passou contigo
En esta puta vida no hay amigos
E tentas esquecer todos los peligros

Não vale a pena a vida é muito pequena
E na rua é a lei do mais forte que reina
Fica sabendo , o teu sorriso é a tua riqueza
O meu conselho : divierte-te princesa

Não acredites no que vês , segue o teu caminho como és
A culpa não é tua , Lena , Lena
Não acredites no que vês , segue o teu caminho como és
A culpa não é tua , a culpa não é tua

Aceita-te como és Lena , não te escondas

Quero perguntar-te mas se quiseres não respondas
Quantas vezes quiseste chorar? diz-me
Quantas vezes quiseste fugir? diz-me, fala
Quem te conhece viu-te crescer á beira mar
Tens um sonho que um dia hás de concretizar
Trabalhas para ti mesma , não dependes de ninguém
Não tenhas medo , tudo há de acabar bem...


Nesta letra do Boss Ac, algumas palavras que roçam a minha vida. Algumas frases parecem ter sido escritas a pensar na minha vida. Mas quantas "Lena's" existem nesta vida?

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Atacar...

Estou quase preparada. Vou enfrentar, sem dó nem piedade, a porra do meu destino. Deixar a marca dos meus pés, na areia molhada, quero lá saber que venha uma onda e apague, torno a passar de novo!

Estou cansada de me cansar com o que não devo! Estou com ganas de me fazer à vida e dar "cabo" dela; desmontá-la e remontar, como quando nos enganamos numa ou noutra peça de um puzzle e temos de desmanchar e posicionar tudo, de novo, agora no lugar certo.

Andei frustrada, fodida e oprimida...
Andei parada, frustrada, fodida e oprimida...
Andei "speedada", frustrada, fodida e oprimida...

Agora, paradinha, preparo-me para a luta; também quero ser individualista e ambiciosa: quero ser mais parecida com a malta que se agiganta, qual pavões, balões cheios de ar que ao minimo toque rebentam e apenas sai ar...

Sou tão mentirosa! Alguma vez eu puderia deixar de ser como sou? Tanguista convicta, debito estas palavras porque a verdade é esta: este vai ser o meu ano! (convicta q.b.!)

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Olh'ó tunning ou o Candidato quitado

Ontem, em plena campanha eleitoral, o candidato Jerónimo de Sousa foi visitar o SLB. Muito orgulhosamente o presidente, Luis Filipe Vieira, ofereceu-lhe o Kit do Benfica.


Eu bem sabia que deveria ter continuado na minha luta pelas assinaturas. Tinha-me candidatado. Mostrava uma mamita, tipo Cicciolina nos velhos-idos tempos, ganhava umas massarocas para oferecer umas bifanas e entremeadas ao povo, regadas a garrafões de cinco litros de tintol. Dava umas voltas pelos mercados e fábricas. Fazia uns discursecos, sim que posso ter medo do público, mas tenho o dom da oratória, então depois da garganta bem regadinha, é uma beleza... Não gosto de bolo rei, por isso nunca faria figuras tristes (até porque a minha mãezinha ensinou-me a comer de boca fechada e a não falar com ela cheia), nunca editei livros, não conheço ninguém na Europa mas a globalização faria de mim conhecida por esse mundo fora. Arranjava uma mandatária para a juventude muito melhor que a Drª JAD, no mesmo ramo, mas com mais insight... Porra e quem sabe até receberia o Kit do SLB... Eu deveria ter-me candidatado! Sou mais gira que todos os candidatos, sou contra as injustiças e os dislates do governo. É que dissolvia loguinho a Assembleia da República; era limpinho. Ponha o Sócras a trabalhar de cantoneiro na Câmara Municipal do Montijo ou outra qualquer do outro lado do rio.

Bem, fica para a próxima. Ainda sou jovem, até aos oitenta tenho imenso tempo. Não sei é se as minhas mamas aguentam tanto tempo! E conto com elas para dar de comer e beber a todos os portugueses.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

O livro que me acompanha

Deixem-me partilhar convosco:

" Los adolescentes de mi generación avorazados por la vida olvidaron en cuerpo y alma las ilusiones del porvenir, hasta que la realidad les enseño que el futuro no era como lo soñaban, y descubrieron la nostalgia."

«Memoria de mis putas tristes»; Gabriel García Márquez


A minha Pauleta ofereceu-me este livro no meu aniversário em 2004, ainda não tinha sido editado em português. Andou de mão em mão e só agora o estou a ler. Quem ama os livros sabe o quanto é importante não só possuir mas partilhar. Fico lixada é quando levo "banhadas" (eles vão e não voltam)...


" Le contesté la verdad: La edad no es la que uno tiene sino la que uno siente."

"... El sexo es el consuelo que uno tiene cuando no le alcanza el amor."


O Garbo ainda está para as curvas!


quarta-feira, janeiro 04, 2006

Verter

Escrever é um grande prazer. Outro é ler um livro. Outro é nada fazer... Mas desde que escreva, que o vá fazendo... E a verdade é que existe um milhão de umas outras coisas que se podem fazer. Escrever, por exemplo, ou ler um livro, ou nada fazer. Só há uma maneira, até no não-fazer, de o fazer: meter amor, encher de amor, pincelar o amor em tudo o que se faça...

Ano inaugurado, angustias guardadas

(Poste de segunda-feira, 2/1/2006)

Martim Pêra acordou pela manhã com feitio soviético, antes da derrocada do muro de Berlim (digo eu), a vociferar e a bater o pé, furioso do sono que o acompanhou, triste de deixar a cama, a perder calor...

Pois é, meu lindo, o período de férias acabou, é tempo de regresso à escola e ao trabalho.

Acordou "podre" e foi ficando mais calmo. Comeu o iogurte natural com cereais, uns minutos de "bonecada" na televisão.

Preparo-lhe os dois lanches; o do intervalo da manhã, das aulas, e o da tarde, para o lanche do ATL. A garrafa de água. Tudo compartimentado na mochila da escola. O almoço é na cantina.

Quando o fui buscar ao ATL a M. disse-me que tinha estado especialmente falador (para variar!), muito contente, com o natal, que ele e a prima tinham feito de pai natal e entregue os presentes, blá-blá-blá,...

O Martim Pêra é super-falador, no seu estado normal. Sempre. Desde bebé. Falei sempre com ele desde que nasceu sem aquelas "paneleirices-de-falar-à-bebé", falei sempre com ele como falo com as outras pessoas. O rapaz tinha grandes monólogos, desde os dois meses. É genético. Uma veia ribatejana que lhe palpita no sangue. Não dança o fandango mas recria-o em grandes "diarreias" verbais.

Anoiteceu. Na Colina do Sol tudo tranquilo. Ligámos o ar. Martim Pêra já está deitado. A Dharma dorme sossegada numa cadeira, no quentinho. Vemos (eu ouço) FM, JPP, BSS e MP nos "Prós e Contras". Debates de uma nação que se resume a isto: tanta ideia e nenhuma acção. O vazio.

Vou mas é para o sofá roçar-me no Vitor Pêra. Para aquecer....

segunda-feira, janeiro 02, 2006

É entrar, é entrar, mais um ano, mais uma viagem...

Outro ano.
Está um sol invernoso, lindo, na minha cidade.
A cidade que me abraça, que me faz falta, quando estou longe...

Ano novo.
Só nós envelhecemos.
Os dias estão aqui, cheios de ternura a oferecerem-se: "usem-nos da melhor forma", parecem sussurar...

Vida nova.
Só mesmo espiritualmente.
Ninguém tem uma nova vida só por que tirou o calendário velho da parede.
Temos a vida que temos; a nossa e o que dela fazemos!

Viajo de metropolitano. Silêncio. Quase ninguém nas carruagens. Nem os pedintes habituais. O país parou; as pessoas, hoje, não trabalham, porquê?