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segunda-feira, novembro 20, 2006



O Manel foi de férias. Bacaciones. O'li'dais. Boltamos pró'a'nu! A Choninha está no Ser. Caminho em vaixo.

Hasta. Vasta. Basta!

http://www.oser.blogspot.com/

sexta-feira, novembro 17, 2006

Dá-me a tua mão...



... dou-te a minha, também.
Tens o coração a esfriar, a assumir tons neutros.
Tens a cabeça a fervilhar de ilusões e desencantos.
Tens um sorriso triste que não acende lume.
Tens os membros fracos, habituados a ficar quietos.
Dá-me a tua mão.
Dou-te a minha, também.
Vamos colorir,
Vamos realizar,
Vamos rir,
Vamos caminhar.
Ou, se quiseres, podemos ficar só assim,
Dá-me a tua mão.
Dou-te a minha, também.




Hoje acordei com borboletas no estômago, nos olhos, nos rins, no fígado, no pâncreas, em todos os orgãos. Em todos os sentidos. (Obrigatório contornar a rotunda e escolher um caminho.)

quarta-feira, novembro 15, 2006

Sonhar

Fotografia de Agatha Katzensprung




Há o que há e o resto não há.
Quem use sapatos e sinta o chão.
Quem avance devagar e vá longe.
Outros são outros.
Palmilha-se em cima de pastilhas.
Espreita-se o dia, a medo.

Venha o dia.

terça-feira, novembro 14, 2006











Pintamos a vida de azul e doirado para que a luz penetre...

... ficamos à espera do sol...

... e o dia nasceu.


Veio o dia
e
veio a noite...


... o dia cheio de pujança.

A noite,
algo tímida,
esperando a sua hora...

Estendemos a mão à vida
e
saímos,
assim,
para sentir de novo o sol...






Despedimo-nos do dia,
e ficámos com a noite,
que,
mansamente ofuscada pelo dia,
surgiu resplandecente.

A noite pelo dia.

domingo, novembro 12, 2006

Fotografia de Damir Matijevic Alter

Esmigalhar o tempo.
Detonar o sorriso.
Breve o sopro da encandescência.
Vago o rasto do olhar.
Esmigalhar o tempo.
Que as horas que passam fiquem a salgar para a próxima estação.
Esgasgaçar a vida até romper.
Que se lixem os remendos!

quarta-feira, novembro 08, 2006

A impermanência



Acordo cedo. Visto-me. Saio de casa e vivo o dia. Volto para casa. Espero por ti. Dispo-me. Do dia. Da roupa. Sorrimos ao tempo. Brindamos à vida. Dispo-te. Amo-te, com sede de ti. Dou-te de mim. Acabamos a rir, cúmplices... Guardamos a memória doce do encontro dos nossos olhos, depois de amar. Durmo. Acordo cedo. Visto-me. Saio de casa e vivo o dia.


" (...) Que pensar de tudo isto? Em primeiro lugar, que a vida está má para os pobres. Depois que, nisto ou naquilo, vivemos todos muito ocupados, inclusive na falta de ocupação. Por último, que enquanto, pela parte que me toca, passo o tempo, como agora e aqui, a acariciar o meu dilatado egozinho e a fornecer de mim imagens razoavelmente aliciantes, como estas, existem pessoas bem mais obscuras que, discreta e devotadamente se vão ocupando de mim e do meu glorioso destino o que, aliás, não é novo. Parece que tem sido uma constante da História. Assim sendo, resta-me reconhecer a solidão moral de uma prática cinematográfica cavada na dupla recusa de ser uma espécie de carro de aluguer da classe mais favorecida e, o que é mais grave, de trocar essa profunda exigência por toda e qualquer forma de demagogia neo-fadista que transporte e venda a miserável ilusão de servir outra coisa."



"A Minha Certidão"
JOÃO CÉSAR MONTEIRO
in Revista &ETC, Nº 8, 30/IV/1973, pag. 19

segunda-feira, novembro 06, 2006

"Pintelhinho, Pintelhinho..." João de Deus in "A comédia de Deus"







"O amor é uma coisa bastante embaraçosa. Pelo menos da forma como eu o entendo: como algo de absoluto. As coisas que aprendemos na vida podiam levar-nos a relativizar o amor. Isso se eu tivesse algum bom senso na cabeça. Não é o caso. Há uma teimosia em entender o amor como coisa absoluta. Sendo absoluta, não é possível. Ficamos com a ideia."

João César Monteiro

Fotografia de Arno Rafael Minkkinen



"Incapaz de escrever uma linha, hoje. Dói-me a alma, e o pensamento é um navio perdido em mar de bruma. Incapaz de me nortear, de sequer me aguentar, erecta, neste chão donde brotei como uma árvore. O que é que tenho? Quem é que me fez mal?."

Maria Ondina Braga, in "A Personagem"

Ontem, conheci uma nova escritora graças à Isabel.
Bem haja!
[Aproveito e mando-lhe um beijo, de carinho e admiração.]
Piésse: O som mais afinado da blogosfera está em

quinta-feira, novembro 02, 2006

Um dia feliz. Obrigadinho!

Fotografia de Arno Rafael Minkkinen


Já consigo respirar! Já não ando com os pañuelos sempre atrás. Agora a luta é só entre os pulmões e a maldita da nicotina que se agarra e não quer sair do corpo. Tomo Oxolamina e aguardo. E de resto? O resto, que é tudo, vai correndo docemente, em tom outonal. Ontem o Pêra velho foi trabalhar e fiquei com o Martim Pêra todo o dia, a rir, a brincar, a rever ad infinitum a "Idade do Gelo 2". Só saimos para ir tomar café, comprar o belo pão alentejano e visitar o senhor do quiosque, que vende jornais, revistas e quejandos. Ataque de riso, claro. Pedi ao lobito para se controlar mas não resistiu. O homem têm um sotaque espectacular de uma aldeia perdida nas montanhas deste país. E tem o vicío de se despedir com um: Obrigadinho e um dia feliz! O Martim começou a gargalhar ainda antes de dobrar a esquina. É que ele é mesmo engraçado! Vamos comprar o jornal e ele tenta vender tudo, copos do SLB, SCP ou FCP e outras borracheiras que saem com a imprensa a um preço irrisório. Será que alguém compra aquilo? As pessoas já quase não compram jornais e revistas.

O resto do dia foi passado sem nada fazer que também é uma forma de fazer alguma coisa.


Amo-te Flecha! Um beijo da tua mulher elástica.