"Eu me preparei para enfrentar a adversidade. Estou acabando de escrever o Manual dos Frustrados, Fodidos e Oprimidos. Nele descrevo, minuciosa e sistematicamente, os métodos mais sujos e destruidores para se ir à forra de qualquer inimigo, seja ele quem for, forças armadas, companhias de serviços públicos, companhias de cartões de crédito, bancos, a polícia, o proprietário senhorio, a loja comercial, qualquer pessoa ou instituição que tem força e sacaneia os outros (...)"
. . .
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Esclarecimento
Só volto na Arta. Gudebai!
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Hoje é Dia Mundial do Preservativo com sabor a Ananás
(Dedicado às pessoas que andam na vida a lutar e gostam de comemorar efemérides)
Hoje comemora-se um grande dia: o DMPA, ou seja, o Dia Mundial do Preservativo com sabor a Ananás. O ananás é um fruto valente, cheio de bromelaína, um potente anti-inflamatório enzimático, e vai-ta-mina C, cê de cansaço, de cabisbaixo. Uma gaja ou um gajo, conforme o sexo, quando tem uma hipovitaminose C sente-se com o peso inteiro do mundo, uma apatia cabrona que não rima com nada. Mas, disperso-me, "voltando à vaca fria": o DMPA é sempre um dia especial. Não pelo sabor. Nem pela textura. (Embora a textura seja uma boa textura!) Nem pelo facto de ser mundial e não apenas limitado à pequena velha raça humana lusitana. É especial porque deve ser comemorado. E deve ser comemorado porque é especial. E que seria de nós sem dias assim?
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Outro dia mais
E é de novo Arta-feira. E está frio. Os operários especializados em destruição e reconstrução hoje não apareceram e pude dormir demanhã sossegadamente. A Dharma anda arredada do universo familiar, lá metida com as coisas dela. Deve ser do mês. Há-de ser falta de gato. Os nossos vizinhos têm um gato lindíssimo mas o Vitor Pêra não é apologista de cambalhotas felinas. Que não, que não pudemos ter outros gatos, ainda por cima agora com o Tony Boy para tratar. Eu fico triste por a pobre Dharma não conhecer outros prazeres na sua vida mas que posso fazer, lá em casa usa-se a democracia e não a autocracia como tantas vezes me dava jeito. Tivemos uma gata que apareceu na garagem do Chefe Indio e levamos para casa. Era uma siamesa cega de um olho, estava um bocado maltratada e começou a engordar vertiginosamente. Estava grávida! Um dia ao regressarmos a casa tivemos uma surpresa. A Maria tinha parido durante o dia e tinhamos dois gatinhos na nossa cama. Um nasceu morto e o outro foi rejeitado por ela. Tentei em vão aproxima-los. Alimentei-o com leite de vaca diluido em água. No outro dia também aquele gatinho morreu. Tive uma tristeza tão grande. Custou-me tanto a indiferença dela para aquele montinho de pêlo. Agora compreendo. Ele não nasceu bem e por isso ela rejeitou-o. Sabe-se lá o que a pobre Maria passou até chegar a nossa casa. Depois engravidei. A Maria adorava a minha barriga. Passava as noites em cima dela com muito cuidado, fazendo-se leve. Quando o Martim veio da maternidade ficava a olhar-nos e adorava o bebé. Infelizmente a Maria cansou-se da rotina familiar e apeteceu-lhe outra vida. Um dia ao chegarmos a casa ela não estava. Desesperados percorremos arredores, falamos com a porteira e outras pessoas, mas a Maria não voltou. São gatos malucos que vibram no décimo andar com os pássaros e voam para os tentar agarrar. Aconteceu com três antes da Dharma: a Maria, o Nelson e o Zappa. O Zappa estava numa loja de animais e ninguém o comprava. Era preto. Também voou em direcção ao seu destino. A nossa Dharma é o oposto destes gatos voadores que passaram pela nossa vida. Se pego nela para lhe mostrar a rua fica logo com palpitações, o coração dela bate desenfreadamente. É uma mariquinhas. Pede comida a miar e depois vai para o seu sítio à espera do desejo concretizado. Dá turrinhas. Despede-se de nós e recebe-nos quando voltamos. Emagrece horrorosamente nas nossas férias e não sai do quarto do Martim até ao regresso. Anda de volta de mim enquanto preparo a bagagem, a choramingar...
Faz-me uma certa confusão como há gente a comprar animais quando tantos querem uma casa e não têm. Conheço pessoas que gastam dinheiro em certas raças para depois mostrarem status, não porque os amem verdadeiramente. Chega ao mês de Agosto e nas ruas começam a ver-se animais abandonados. Apetece desejar o mesmo a quem faz tal coisa. Os meus gatos vieram sempre da rua ou de amigos que têm ninhadas. Em criança, no meu bairro, cada vez que aparecia um gato iam-me tocar à porta porque sabiam que eu ficava com eles, impondo a minha vontade à mãe. Infelizmente quando ia de férias (as minhas colónias de férias! Que saudades de não ter responsabilidades!) tinha umas surpresas no regresso, com mentiras piedosas à mistura. E a mãe acabava por ceder de novo, na próxima vez, quando apareciam à minha porta com outro gato.
Ah! Na nossa familia também temos o nosso Óscar, um cão maluco, ansioso e com uma hérnia discal que tem a idade do Martim e cresceu com ele. O lobito chama-lhe primo.
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Os sons
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Sou avó!
Na sexta-feira nasceu o meu primeiro neto. Infelizmente o pai não soube tratá-lo convenientemente, muita comida e pouca disciplina. Eu bem avisei, como pessoa experiente que sou e tendo passado já pelas delicias da maternidade, que os bebés não devem comer tanto e muito menos snacks a toda a hora. O meu neto acabou por falecer menos de 48 horas depois de ter nascido! Com dez anos pesava 60 quilos! O Martim Pêra ignorou o meu discurso sobre as doenças cardiovasculares. Ontem nasceu o meu segundo neto. Como o pai é um bocado abstracto encarreguei-me eu mesma das primeiras horas de vida. Alimentei. Mudei fraldas. Dei atenção e carinho. Levei-o ao pediatra. Nunca pensei ser avó tão cedo! Agora tive de trazê-lo para o meu emprego porque o pai, Martim Pêra, tinha um intensivo dia de trabalho na escola básica onde estuda. Ah!, o nome do meu neto é Tony Boy Pêra.
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
"Poemario Plural"
À noite, em casa, peguei no seu pequeno livro. Comecei por ler as palavras de um outro escritor, também de Zamora, Juan Carlos Villacorta:
" La autora va y viene por las calles de la amistad, natural o acuñada, entre la ilusión y la prisa, a veces, con una cierta amargura, pero ella no renuncia a la ilusión porque en el fondo es una creyente. Da siempre la sensación de tener prisa por llegar, y a veces, se atropella, porque no hay destino donde saciar los íntimos deseos, que no son fugaces sino sucesivos, y porque la felicidad no nos espera en la estación término sino haciendo el camino, y no hay senda, se hace camino al andar ".
Nem mais! Tal e qual! Era mesmo o que eu pensava dela!
A Concha Pelayo, assim se chama a autora, escreve em voy-de-tapas.blogspot.com e porelcaminoverde.blogspot.com.
Fica um poucochinho, um cheirinho, da sua obra "Poemario Plural", de 2005, para saborear no fim-de-semana:
Sin rumbo se agitan mis alas de gaviota
surcando el infinito de mis sueños.
Asciendem o descienden a merced del viento que las lleva.
A merced de tu voluntad caprichosa.
Es el silencio protagonista de este sueño inacabado
a la espera de fluir vigoroso de tu sangre,
a la espera del impulso de tu corazón,
ese motor de pasión y deseo.
Son ahora los movimientos circulares de tu cuerpo
sobre mi vuelo cósmico y sin rumbo,
causantes del silencio creador.
De este silencio que hiela el alma,
del silencio de la hoja en blanco,
del silencio que deja tu boca sin palabras.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
O Caminho
terça-feira, fevereiro 14, 2006
" É uma cor que dá na vida o amor " Sérgio Godinho
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
O prazer de reinventar
Unda
Erça
Arta
Inta
Exta
Ábado
Mingo
Gosto particularmento do Mingo! E vocês?
Exposição
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Dica da semana (não é publicidade a um supermercado!)
Reflexão: O engenheiro Belmiro de Azevedo quer comer a PortugalTelecome, perdão, quer comprar, quer comprar! Dica para Frustrados, Oprimidos e Fodidos: Se é assinante da PT Comunicações ligue para o 16200 e diga que quer desistir da linha telefónica perguntando qual o procedimento a seguir. Quando lhe perguntarem qual o motivo diga que é pelo valor pago pela assinatura mensal. Se tudo correr bem a/o assistente vai fazer-lhe uma proposta. Eu consegui um desconto de cinco euros durante seis meses na assinatura. Se não correr bem não tem importância, só perde tempo, o cancelamento da linha é feito através de um pedido escrito. |
Quem não tenta não aguenta!
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
A culpa é (quase) toda do natal...
Em crescendo desde o natal assolapou-me uma azia existencial caracterizada por várias dúvidas metafísicas. Comecei a questionar mais afincadamente que raio fazia emaranhada nas malhas da blogosfera. Os actos de postar, de ler e comentar, de receber comentários tornaram-se para mim quase uma forma de despersonalização. Ou seja, aquela realidade virtual, a blogoesfera, estava a invadir e a ocupar o espaço da minha vida, o meu espaço. Em 2003 quando se começou a falar de uma coisa nova chamada blogoesfera e tomei contacto com os blogues fiquei assombrada. Quem, como eu, gostava de ler e escrever teria assim a oportunidade de divulgar o seu trabalho. Simples e acessível era o veículo ideal para a divulgação da escrita. Mas, à medida que ia conhecendo vários blogues pensava: f……, tantas pessoas a escrever bem!. Como não tinha banda larga o processo de criar um blogue acabou por deixar de me entusiasmar. Passei a ler alguns blogues periodicamente. Ia à Internet abria os que queria e lia offline (somos tão póbrinhos! – como diz o Martim Pêra, quando se escandaliza com a nossa pobreza franciscana). Até que a banda larga assentou praça lá para o sítio do chefe índio. O nosso tio, o tio de todos nós, tinha criado o Faztudo e ajudou o chefe índio a criar escritaepinturas. O chefe lançou o desafio. O chefe conhece bem a Choninha. Conhecem-se de outras guerras. Já ganharam e perderam muitas batalhas, juntos. A Choninha voltou a colocar a questão a Vítor Pêra, passados dois anos: O que é que achas? E os direitos de autor? Mas há tanta gente a escrever bem! Terei mesmo alguma coisa de novo a dizer? Será a minha voz importante? À parte estas e outras dúvidas a coisa não foi assim tão pensada. Fui buscar escritos à gaveta, misturei uma ou outra actualidade e preocupação e revelei os Pêra, uma realidade ficcionada. Ou uma ficção tornada realidade? Deixei latejar livremente a minha veia ficcional. No natal deveria ter gozado umas férias. À medida que crescemos ou envelhecemos (sinto-me a crescer e não a envelhecer!) o natal pode ser a bomba que despoleta as neuroses esquecidas. Já não acreditamos no pai natal. No homem fundamentalmente bom. Abominamos o consumismo e a hipocrisia. As dores tornam-se mais pesadas, insuportáveis, atingindo um peso que nos derrota. No natal deveria ter gozado férias! Agora sei. Acabei por usar o blogue duma forma que jamais me passaria pela cabeça. Anda uma tipa a tentar ficcionar a própria vida para depois fraquejar no primeiro natal! Estou prontinha da silva para outra etapa. Voltar a ter o blogue que sempre foi: escritos da gaveta e do momento, os Pêra, actualidades e preocupações, extractos de livros que vou lendo, etcaetera. Aceitei o meu estatuto de frustrada, fodida e oprimida e quero partilha-lo convosco, se o quiserem! |
terça-feira, fevereiro 07, 2006
"Dê sangue. Ajude-nos a salvar vidas."
No passado dia 28 de Janeiro o grupo de escoteiros do Martim junto com o Instituto Português do Sangue fez uma campanha de recolha de sangue. Correu muitissímo bem. Além dos familiares e escoteiros conseguiram sensibilizar a população local a aderir a esta causa. O saldo foi positivo: nessa manhã 39 dadores foram para casa com a sensação de dever cumprido. Não custa nada e pode salvar vidas.
Eis Vitor Pêra após dádiva de sangue. Ele bem quis uma bejeca mas teve de se contentar com o sumo. Venha a sandocha!
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Temporariamente
A administração deste blogue informa todos os seus estimados leitores que o mesmo se encontra temporariamente desactivado para balanço geral da actividade. Quem quiser saber da Choninha procure, por favor, nos arquivos ou numa qualquer esquina da blogosfera.
Atentamente,
A gerência,
Eu.
"Heart of figures", Keith Haring