. . .

. . .

terça-feira, outubro 17, 2006

Soneto
Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?
Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.
Antes viver do que morrer de pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.
José Carlos Ary dos Santos




Fotografias de Choninha

... já cheguei a um acordo perfeito com o mundo: em troca do seu barulho dou-lhe o meu silêncio.

Raduan Nassar, O ventre seco

2 comentários:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Y si el silencio pasa por no pasar por las urnas, tanto mejor.

NO VOTAR, NO VOTAR.
TOTAL ABSTENCIÓN.
¿CREES QUE SE MEJORARÍAN LAS COSAS?

Al menos tendrían que reconsiderarse ciertas cosas.

Un beso amiga.

BÓLICE disse...

Olha lá ó Chonitas, a quinta das pulgas 'inda existe, pÁ?!? 'Atão mas não mandarem a baixo p'ra fazerem a estrada? aquela árvore É a da mina, nÉ?

intÉ pÉ

=D