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segunda-feira, outubro 30, 2006


Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.

Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.

Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.

Álvaro de Campos, Poemas

5 comentários:

naturalissima disse...

Regressei de Moçambique e o que apanho por cá é uma gripança!!! Heheheehee
Amiga, gostei do teu novo visual... isto promete... consegue-se ler melhor (sem ruídos) os teus artigos!
Um beijinho grande
Bom dia de trabalho
Daniela

mfc disse...

Os génios conseguem fazer poesia de um tema banal e prosaico!

BÓLICE disse...

Melhorias, melhorias ó Chonitas!

Beijos e intÉ logues ao concerto dos ZÉ-pa-Noias, nÉ?

B)

Anónimo disse...

Alvaro de Campos, Fernando Pessoa, ou conforme a "onda"...indiscutivelemte o POETA

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Cuando leas esto espero que tu resfriado haya desaparecido y que respires hondo, sin obstáculos.

No me has dicho nada todavía de tu exposición. Te has olvidado. Dime cómo fue todo, por favor.

Todavía no he hecho nada con respecto a esa invitación que haces por email, no sé muy bien qué he de hacer. Lo he intentado, créeme, pero no acierto.

¿Podrías ser más explícita diciéndome los pormenores de los datos a cumplimentar?

Besitos.