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sexta-feira, junho 30, 2006

Estamos de volta!

Parece impossível mas estamos de volta! Isto é viciante! Sabem lá o síndrome de abstinência que tive durante esta semana... O que minimizou a dor da ausência foi ter andado por cá alguns dias, a fazer uns comentáriozitos, em blogues que gosto de ler.
Agora que descansei uma semanita, voluntáriamente à força, cá estou de novo. O Vitor Pêra deu-me uns aérios, o Martim Pêra emprestou-me dinheiro, meti o restante e amanhã temos choque tecnológico lá em casa. Até que enfim! É só equipamento obsoleto pela casa toda que vai direitinho para a reciclagem. Máquina nova vem, vem, vem dançar o carimbó português!
É para trabalhar mas também para blogar, blogar, blogar mucho!!! Como se fosse a primeira vez!
Ontem os Pêra foram jantar com o grande Bólice e fiquei estarrecida comigo. Pensei que fosse ficar nostálgica, mas dei-me conta que tenho o passado bem resolvido e só o presente me apraz. A casa do Bólice foi a minha primeira casa quando saí de casa da mãe. Era a casa amarela, com um estúdio na entrada, o meu ex era músico, e duas micro-assoalhadas com um biombo ao meio. O nosso quarto e a sala. A cozinha era micro-micro e tinhamos o frigorifico na despensa, porque era mesmo micro! (Tinha uma coisa boa não tinhamos espaço para máquina de lavar roupa e eram as mães que lavavam e passavam a ferro.) Tinhamos uma varanda com uma vista espectacular e a toda a volta o telhado que era dominio do gato Nelson Nirvana Karoglan. Resta dizer que fomos felizes, muito, e a casa estava sempre cheia de gente, não me perguntem como é que se arrumava aquela malta toda! Grandes passagens de ano, jantares e almoços, e belas tainadas, tudo bem regado para não murchar.
Agora é a casa azul e ainda bem que foi o Bólice que ficou com ela: é que tem mesmo uma vista es-pec-ta-cu-lar!


Brevemente passam a postar também o Vitor e Martim Pêra. Viva o choque tecnológico! Viva o fim-de-semana! Para quem gosta no domingo às 22h, na Torre de Belém, Cesária Évora à borla!


P.S. O Bólice é meu amigo há mais de vinte anos. Gente boa! Adoro o sentido de humor dele, a simplicidade, o facto de ver as coisas pelo lado positivo. É cá dos nossos! (http://www.aosolestabem.blogspot.com/)

sexta-feira, junho 23, 2006

" As mulheres são os lugares recuados em que as mãos
descobrem os filhos. São lugares fundos, luminosos
por dentro, habitados por extensões espirituais, porções
parasitárias de semelhança que se mantêm amarradas
por ataduras viscerais e que um dia, violentamente,
são entregues à luz.

As mulheres são como mesas e os filhos crescem
em seu redor. Com o descuido próprio de crescer,
os filhos desarrumam os afectos. Um dia abandonam
a casa e deixam os brinquedos espalhados pelo chão
e as mulheres ficam vazias para sempre."


José Rui Teixeira nasceu no Porto em 1974. É autor de Vestígios (2000), Quando o verão acabar (2002), Para morrer (2004), Melopeia (2004), Assim na terra (2005) e este O fogo e outros utensílios da luz (2005).



Obrigada à Eduarda Chiotte, que adoro, por me ter oferecido este pequeno grande livro. É bom ter amigos! Para vós fica este "cheirinho", embrulhado na minha amizade. Obrigada a todos pela partilha durante este ano. Amanhã OManual faz um ano e hoje "é já tempo d' embalar a trouxa e zarpar", como cantava quem sabia. Beijos da Helena Choninhas, do Vitor e do Martim... A família Pêra despede-se por agora...

quinta-feira, junho 22, 2006

Vou distribuir as palavras...

... para refrescar pensamentos, por aí... Telepalavra, 703696969. Descontos durante o Mundial. Aproveite...

quarta-feira, junho 21, 2006

terça-feira, junho 20, 2006

Perturbações

"Senhores Passageiros:Por motivos de ordem técnica encontra-se, de momento, interrompida a circulação na linha azul. Aguardamos que os serviços técnicos estabeleçam condições para seguir circulação. Agradecemos a compreensão."

- Mãe o que é a compreensão?
- Filho é aceitar as coisas como elas são!

(Esta posta é de arquivo. As personagens são Helena e Martim Pêra, só para variar...
... Hoje estou ainda mais feliz. A vida corre bem e não me apetece blogar! Boas bloguices para todos, vou andando, gastando o dia...)

segunda-feira, junho 19, 2006




O Poeta foi atirar-se ao Tejo. E ficou para sempre com as suas musas. Enrodilhado nas águas deixou-se ficar, sem luta. O silêncio. O final. O Poeta escolheu o escuro. Procurou o fim nas palavras esquecidas. Rimou vida com ida. Amor com dor. Cansou-se de olhar o dia nascer e a noite sair. O Poeta fez-se ao rio até ao mar. A partida é sempre desnecessária… As palavras batem na parede e caem no chão… Vem o vento e sopra-as, semeia-as em terra estrumada e nasce outro Poeta, junto a outro rio, com vista para o mar, cheio de palavras novas a usar…

sexta-feira, junho 09, 2006

Noite de Quase Lua Cheia




Eis me. Sente-me aqui, tal qual estou, disponível para o dia, para a noite, para ti, para nós… Nunca podemos dizer nunca, pois não? Lembras-te do que dissemos calados naquela noite na praia? Queríamos esquecer a nossa cumplicidade, ignorar o tempo passado, o anúncio de nós. Tu querias o sol e eu a lua. Tu sorrias eu ria. Tu calavas. Ouvias atento o meu jogo de palavras. Fiquei na praia a ver-te partir. Não quis olhar-te até ao fim, desviei o olhar em direcção ao mar e senti o silêncio da tua ida, convicta de que te veria de novo, no dia a seguir à noite. Ausência. Seguimos. O desgastar dos dias e das noites. O sol e a lua. Eis me. Sentes. De novo? Sentir o mesmo outra vez. A vida é um baloiço? Empurra-me…





Temos de saber sempre onde acaba a ficção e começa a realidade.
E onde acaba a realidade e começa a ficção.
A vida é uma ficcção.
Ficciona tão completamente que chega a fingir a realidade como ficção



Um beijo gigantone para o papuço Pêra e respectivo filho, meu também. Bom fim-de-semana, vou desligar a corrente um bocado, baixar armas. Repousar. Os guerreiros também precisam de repouso. Um abraço ao António Stein.E já agora um bejaso à Concha. Um saco deles também para a Graziela. Vou escorropichar umas féritas, daqui a pouco. Nada de especial. Papas e descanso, que bem preciso! Têm sido uns dias, daqueles com 24 horas de trampa, non stop. Vou mas volto, sem esta cor de peido, vou aproveitar para esturricar um bocado na “Costa da rapariga”. Beijos para todos! Bólice, tudo se resolve, “baralho”!, filhos-da-puta-dos-milleniumbcp! Me liga, vai. Ou para o Pêra. O Martim quer ir ao bar jogar matraquilhos!

terça-feira, junho 06, 2006

Já imaginaram um mundo monocromático? Já fecharam os olhos e tentaram fazer a vossa vida assim? Já pensaram que triste seria se todos fossemos iguais, formatados pela mesma medida? E os pensamentos fotocópias de pensamentos uns dos outros? E gostar e gostar menos das mesmas coisas? Tudo igual, todos horrivelmente iguais?

Que nojo!

Tirem-me deste pesadelo!
Começo a sentir-me cansada. Quando começa Junho e se sente o cheiro a sardinha assada no ar e as marchas preparam-se para desfilar na Avenida, começam as palpitações. Depois as lamentações. O cansaço. O desespero dos dias grandes que têm de ser passados a trabalhar. A Choninhas sofre de uma doença crónica, ainda pouco conhecida, sem explicação médica, género fibromialgia, mas que ataca muita gente normal. Como eu. Como vós. (Dentro da normalidade possível, pois claro!) Chama-se Síndrome de Quem Espera Por Elas. Ou SQEE. O pior não é o sofrimento que causa este síndrome. Já me vou habituando, isto com a idade uma tipa vai encaixando estas merdas. O pior é que elas só vão ser em Setembro. Porra, ainda tenho de comer muita sardinha assada até lá!!!


Entretanto vou intervalando a passagem por aqui com outras coisitas, sim, eu sei, "a post a day makes the doctor away", mas tenho muito que fazer, de momento, e ainda só tenho dois quadros semi-prontos para a exposição em Outubro, e embora Setembro pareça longe, Outubro é já ao virar da esquina! Tudo o que não sabe a trabalho demora mais a chegar! Volto depois! Quem puder aproveite a praia e dê um gorgulho por mim... Eu vou ter de esperar pelas férias, aproveitando os fins-de-semana para me vingar. Somos tão póbrinhos!, como diz Martim Pêra.

segunda-feira, junho 05, 2006


Gostei dos gajos! Não gostei do Rock in Rio, mas valeu a pena! Primeiro porque a alma não é pequena e ouvir Red Hot ao vivo é Chili! Parabéns ao Pêra, super-pai-herói, que fez ontem trinta e nove e ainda tem muito de bom a dar ao mundo, à humanidade e ao universo. Granda herói! (Só a paciência para me aturar!)

E fico por aqui, é segunda-feira, desde sábado que as comemorações se arrastam, hoje é dia de recuperação, trabalhando devagarinho, não chocalhando demasiado o cérebro, para não provocar mais danos!

À noite vou cedo para a palha que isto depois de muitos anos de estrada já custa. Os anos pesam e as recuperações, vulgo ressacas a frio, já não se processam tão velozes... Vou...

sexta-feira, junho 02, 2006


Ontem acabou por ficar sozinha, com as folhas de papel, para serem usadas de um lado. Foi mudar a carga à caneta e acabou com dois dedos negros, impassíveis a qualquer sabonete ou leite de limpeza. Fica a olhar os dedos e a água a cair. Lá dentro ouve o pai e o filho que lhe responde a qualquer coisa que ele perguntou. Não consegue perceber de que falam as vozes. Limpa as mãos à toalha azul que a sogra lhe ofereceu no aniversário. Um jogo completo de toalhas, toalhinhas, toalhões, tudo azul, como tudo era azul naquela casa. Chamavam-lhe a casa azul. Obviamente! Partilhavam um espaço onde cada qual tinha o destinado. Tudo no sítio certo. Azul. Encheu nove páginas. A letra miuda e nervosa, a correr. No fim não ficou contente e rasgou três. Guardou duas para mais tarde e meteu quatro na mala, para o dia seguinte. Tinha a posta já adiantada.

quinta-feira, junho 01, 2006

Nos arquivos: a 13 de Outubro de 2005

Continuamos a saga do sacar dos arquivos a "roupa velha" aproveitar para receber de novo a luz do dia, por os "escritos" a arejar. Tenho andado a escrevinhar outras coisas e desinspirada para novos postes. Cá vai de novo:

Virtudes

O meu nome é Vitória das Virtudes. Só herdei o apelido da minha mãe porque sou filha de pai desconhecido. A minha mãe num arremesso de cogitação levada aos limites pensou ter finalmente chegado ao tão almejado progenitor e a modos que para comemorar me pôs o nome Vitória. Afinal o senhor Cândido da mercearia nada teve a ver com o assunto. Para mais confirmou-o com um atestado do seu médico de família onde se podia ler preto no branco que o infeliz era estéril.

Não havia volta a dar! Fiquei Vitória porque a minha mãe já se tinha habituado ao nome e acabei por ser registada apenas com Virtudes da parte materna. A minha progenitora ainda esteve para falar com o senhor Mário, das entregas de bilhas de gás butano, ou com o senhor Artur, do talho onde se abastecia, ou com o senhor Eugénio, vendedor ambulante de fruta, mas acabou por deixar as coisas como estavam porque poderiam ser ou não, o melhor era não arriscar mais.

O marido da minha mãe ficou tão confuso, confundido, como de resto sempre foi, que nem se apercebeu da coisa e dizia a todos que eu era a cara dele! Quando lhe perguntavam “atão a cachopa nã tem o teu ‘pelido?”, dava a resposta de minha mãe: “aqueles burros da inscrição das criaturas nascidas enganaram-se”...