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quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A culpa é (quase) toda do natal...

Em crescendo desde o natal assolapou-me uma azia existencial caracterizada por várias dúvidas metafísicas. Comecei a questionar mais afincadamente que raio fazia emaranhada nas malhas da blogosfera. Os actos de postar, de ler e comentar, de receber comentários tornaram-se para mim quase uma forma de despersonalização. Ou seja, aquela realidade virtual, a blogoesfera, estava a invadir e a ocupar o espaço da minha vida, o meu espaço.

Em 2003 quando se começou a falar de uma coisa nova chamada blogoesfera e tomei contacto com os blogues fiquei assombrada. Quem, como eu, gostava de ler e escrever teria assim a oportunidade de divulgar o seu trabalho. Simples e acessível era o veículo ideal para a divulgação da escrita. Mas, à medida que ia conhecendo vários blogues pensava: f……, tantas pessoas a escrever bem!. Como não tinha banda larga o processo de criar um blogue acabou por deixar de me entusiasmar. Passei a ler alguns blogues periodicamente. Ia à Internet abria os que queria e lia offline (somos tão póbrinhos! – como diz o Martim Pêra, quando se escandaliza com a nossa pobreza franciscana).

Até que a banda larga assentou praça lá para o sítio do chefe índio. O nosso tio, o tio de todos nós, tinha criado o Faztudo e ajudou o chefe índio a criar escritaepinturas. O chefe lançou o desafio. O chefe conhece bem a Choninha. Conhecem-se de outras guerras. Já ganharam e perderam muitas batalhas, juntos.

A Choninha voltou a colocar a questão a Vítor Pêra, passados dois anos: O que é que achas? E os direitos de autor? Mas há tanta gente a escrever bem! Terei mesmo alguma coisa de novo a dizer? Será a minha voz importante?

À parte estas e outras dúvidas a coisa não foi assim tão pensada. Fui buscar escritos à gaveta, misturei uma ou outra actualidade e preocupação e revelei os Pêra, uma realidade ficcionada. Ou uma ficção tornada realidade? Deixei latejar livremente a minha veia ficcional.

No natal deveria ter gozado umas férias. À medida que crescemos ou envelhecemos (sinto-me a crescer e não a envelhecer!) o natal pode ser a bomba que despoleta as neuroses esquecidas. Já não acreditamos no pai natal. No homem fundamentalmente bom. Abominamos o consumismo e a hipocrisia. As dores tornam-se mais pesadas, insuportáveis, atingindo um peso que nos derrota.

No natal deveria ter gozado férias! Agora sei. Acabei por usar o blogue duma forma que jamais me passaria pela cabeça. Anda uma tipa a tentar ficcionar a própria vida para depois fraquejar no primeiro natal!

Estou prontinha da silva para outra etapa. Voltar a ter o blogue que sempre foi: escritos da gaveta e do momento, os Pêra, actualidades e preocupações, extractos de livros que vou lendo, etcaetera. Aceitei o meu estatuto de frustrada, fodida e oprimida e quero partilha-lo convosco, se o quiserem!

4 comentários:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Comparte con nosotros, conmigo, todas estas disquisiciones y manifiéstate. Tienes gran predicamento y además lo avala la frescura. Un beso amiga.

isabel mendes ferreira disse...

boa! um texto que eu gostaria de ter escrito.



beijo

Anónimo disse...

...teteteteee tteeee... é sempre a mesma coisa... BLOGA para aí e acho que sim, deves blogar, e mais... já devias mesmo era ter escrito um livrito desses de'FECTIONES. Quais gaveta, mete tudo cá para fora e quem quiser que leia, quem não quiser leia merdas da sua terra, mas POR FAVOR... CAGA nesta cena dos comentários sempre INGUAIS e BECINHOS e TI TI TISS. FECHA DE VEZ estes comentários e diz as coisas, NÃO respondas CUARAÇAS...quem 'tem'visa

TEU AMIGO É

PEDROPÓLICE e OLÈ... ópá!!!txatice...

Carlos de Matos disse...

... é claro como água!

... toca a arrear postas de pescada cá p'ra fora! oh minha!

xi-corações do titio