





A tua carta chegou e não a esperava. Já só encontro contas e recibos naquela caixa, não esperava as tuas palavras seladas. Fiquei segundos, rápidos, a ler e reler a ler e reler a ler e reler, remetente e destinatário, a reconhecer-te, a reconhecer-me, na tua letra.
Acariciei o papel, por fim, e, guardei-o, junto comigo, para ler-te depois.
Subi as escadas. Pelos meus pés. Quase podia voar, se tivesse asas. Fui subindo e perdendo o ar. Se tivesse um anjo, se acreditasse em fadas teria pedido uma ajuda. Assim, continuei pelos meus pés, a subir, com o teu papel de carta dentro de um envelope com remetente e destinatário, junto a mim.
As nossas palavras tomam sentidos tão díspares que pareceremos doidos em busca do canal ideal. E raras as palavras que nos soam com o mesmo som.
A tua carta chegou. E subo as escadas, com ela junto a mim. E acaricio o papel.
Achas que entenderei o que me tentas dizer?
Raras as palavras pronunciadas que se fazem claras.
1 comentário:
excelente TEXTO!!!!!!!!!!!!!!!!!
mesmo.
beijo.
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