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terça-feira, dezembro 27, 2005

Azevia rima com coisa-da-tia

Nunca gostei do Natal! Gostei mais ou menos quando o Martim era bebé. Comecei a fazer árvore de natal, essas coisas...

A noite da consoada passamos com a minha irmã Mané, o meu cunhado Martim, a minha sobrinha Renata, as avós Cristina e Fáma e a Marilú. E os Pêra; Helena, Martim e Vitor.

Fingi uma alegria que não sentia. Bebi um tinto de Pias com 14 graus. Quis sair de mim, não me apetecia-me sentir ali. Quis esquecer as ausências e estupidamente perdi também o norte, o sul,...

O dia 25 foi dos Pêra. Tudo o dia em casa a abrir, a montar, a por pilhas. Os presentes do Martim. Helena Pêra a cozinhar. A por a nossa mesa. A Dharma atenta à movimentação. Viu-se o Madagascar, obrigada Pauleta!, dormimos uma cestinha, os três, maravilhosamente quentinhos na cama dos "papes".
Acordamos. O filho viu o Hulk. O pai fez um lanche ajantarado. Comemos e brindámos, com os nossos melhores copos de cristal.

Dia seguinte, ontem, o Martim foi trabalhar com o pai. O carro deu o ultimo suspiro e não arredou pé da porta de casa. Meteram-se num táxi e foram a avó Fáma buscar o dela. Agora andamos de cinquecento todo janado, a pintura toda esgatafunhada, mas não foi a avó (!!!!), são sempre os outros que andam na estrada, malucos!

Fiquei o dia sozinha. Deprimida. Sai para tomar um café e comprar um tipo de pilhas que não tinha em casa. Voltei para casa. Fiz as camas. Arrumei a loiça, já seca. Limpei e arrumei a sala. Deprimida.

Liga-me a A., a minha irmã do meio, expliquei-lhe que estava intragrável. Deprimida. "Vens, (ela é tão assertiva!) é o jantar de natal."

A estrada está tão bonita, atapetada de folhas caídas. As árvores grandes começam agora a perder a imunidade. É Inverno. Está uma humidade lixada. Já choveu. O sol rompe e aparece por umas nuvens aqui, ali...

Estou sozinha em casa. Deprimida. Penso no jantar. Eu adoro a A. e o filho A.. O J. veio de roterdão passar três semanas. O J. é o marido da A. ou como ela diz o ex. Durante estas três semanas aproveitam para rebolar na cama e estarem juntos com o filho. Vidas!

Vai ser um final de dia porreiro, com os putos todos felizes. E os amigos de Alex...


Hoje a agonia continua. Deprimida. Mas valeu a pena estar com a A., prometi que recomeço a psicoterapia interrompida.

Ando a ler o Luiz Pacheco e cito: « Ou é tudo uma trampa a fingir de vida.»


A todos que me amam: isto passa, tudo passa, já venci crises maiores, já dobrei o Bojador e vou matar o velho do Restelo... ( Alguém conhece "Os velhos do Restelo", um bar, com uma esplanada fantástica! Há imenso tempo que não vou lá. Parava lá com um bando de betos e malucos. O dono era tão antipático, mas gostavamos dele por isso!)

6 comentários:

graziela disse...

vai passar sim, minha amiga.
não gosto de te saber deprimida. faz-me um nervoso, que me apetece ir aí buscar-te.
um abraço
graziela

alderango disse...

Melhoras!
Beijinho.

Choninha disse...

Graziela querida! Também me apetecia fugir para o teu colo, e esquecer... Mas isto passa, a minha veia optimista já começa de novo a latejar.

Obrigada pela visita Cagafogo, pensei que me tinhas abandonado... Beijo

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Chonina. Me siento como tú y voy a escribirte una carta en mi blog de cartas. No sé lo que te voy a decir todavía, pero te voy a escribir. Un beso. Concha.

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Se me olvidó decirte que mi gata me acompaña cada noche, junto a mi almohada, escuchando mi respiración, me acompaña mientras escribo, ahora reposa su cabeza junto al teclado. Hace unos días fui al oculista y al manipular mis gafas me dijo ¿Tienes gato? Sí, respondí. Toda yo estoy impregnada de mi gata.

También quería decirte, amiga, que contra las enfermedades sólo nos resta aceptar lo que venga y paliar lo que podamos. Nada más. Y mucha resignación. Un beso muy fuerte.

Choninha disse...

Beijo Anatema, obrigada pelas tuas sábias e amigas palavras!