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quarta-feira, janeiro 25, 2006

Os dias



Gottfried Helnwein

"Moral", 1983

O dia inaugurado, cinzento e húmido, o sair de casa apressado ainda de sapato desapertado, torrada na boca, meia comida, em luta com o tempo, com a vida, sempre à espera, pensou mais uma vez em dizer-lhe calma companheira, sempre a caminho, sempre sozinho, calma companheira, que estou a ir, a vida, sempre à espera...

O dia acabado, a noite fria espalha-se, de volta a casa, apressado, cansado, cigarro acesso, rádio ligado, onde pára o trânsito, o regresso, o sapato apertado, o entrar em casa, cansado, estou cansado!, lamenta-se para as paredes, sempre sozinho, a vida fica de molho até amanhã, logo se vê o que se faz com ela, é tempo de descanso, apressado, para o novo despertar.

1 comentário:

Antonio stein disse...

Os dias nunca acabam.
Nós é que vamos acabando com eles!
Um bom fim de dia..,quem sabe inacabado!

Abraço