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segunda-feira, junho 19, 2006




O Poeta foi atirar-se ao Tejo. E ficou para sempre com as suas musas. Enrodilhado nas águas deixou-se ficar, sem luta. O silêncio. O final. O Poeta escolheu o escuro. Procurou o fim nas palavras esquecidas. Rimou vida com ida. Amor com dor. Cansou-se de olhar o dia nascer e a noite sair. O Poeta fez-se ao rio até ao mar. A partida é sempre desnecessária… As palavras batem na parede e caem no chão… Vem o vento e sopra-as, semeia-as em terra estrumada e nasce outro Poeta, junto a outro rio, com vista para o mar, cheio de palavras novas a usar…

4 comentários:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) disse...

Esta historia que cuentas me recuerda a otra parecida: Erase una vez un poeta, triste y melancólico, conoce a una gaviota y entablan un precioso diálogo, hasta que el poeta se prenda de la gaviota. Pero como su amor es imposible, muere, desaparece, dejando a la gaviota en un mar de tristeza"

Yo también tenía saudades tuyas. Muchas. Bien venida y muchos besos.

nunocavaco disse...

A estória repete-se, mas tens uma grande vantagem, sabes disso. Como sempre existem pelo menos três lados de ver as coisas, de ver a vida, o meu, o teu e a verdade. A estória contada por um optimista podia acabar da seguinte forma: o poeta materializou-se na sua poesia, renasceu; na visão do pessimista: foi-se e não acabou o último poema; a verdade podia ser ... (não te esqueças que é a minha e portanto ...) ;

Boa tarde

Sea disse...

será como o trigo que se espalha...?
Boa semana :)

A disse...

Prima... o verdadeiro poeta é aquele que nunca morre, que se perpetua nas suas velhas (novas) palavras...

Lindo.

Beijos