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terça-feira, maio 09, 2006

A Esperança foi a ultima a saber!

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Terça-feira, Novembro 29, 2005
"Não se deve cravar a ferradura na flor... "
O enfermeiro Capitolino tem uma fixação por mamas. Não há seio, mais cheio ou menos cheio, que não chame o enfermeiro Capitolino como quem chama por alguém. Não é chuva nem é vento. São resquícios do ser que em tempos foi Capitolino. Agora, é uma coisa assexuada, com cheiro de placenta, que não se despegou nunca do ser, daquilo que Capitolino é. É assim como o destino; fatal: onde há protuberância mamária, lá estão os olhos do enfermeiro cravados. E não se trata de cravo ao peito (que mal me saiu este trocadilho!), são flores, senhoras e senhores, são flores que Capitolino transforma em pão…


Tentativa de moralizar a estória:Quem vê mamas não mama mamilos.
Outra tentativa:Quanto menos seio menos seio que nada seio.


O Capitolino dirige, actualmente, o departamento de enfermagem de um grande hospital da capital. Serviço de Dermatologia. É casado há quarenta anos com a Maria do Carmo. Tem outro amor, a Eduarda, há trinta anos. Divide a sua virilidade pelas duas. A Eduarda vive com a filha ilegitima de ambos, a Sónia Catarina, e o Pantufa, um cão velho, com vinte anos como a filha, cego e surdo, que lhe faz companhia quando Capitolino fica com a mulher.

Capitolino conheceu Esperança no hospital. É secretária do serviço de oftalmologia. Deixou-se encantar por aquela mulher doce e timida, divorciada e sem filhos, e o que começou apenas como sexo sem consequências acabou numa relação cumplice, cheia de riso e alegria que deslumbrou Capitolino.

A Esperança deixava-lhe uma tranquilidade e leveza que há muito não sentia. A sua vida era uma teia de complicações e pressas. Irreversivelmente apaixonou-se por ela. Estava cansado da amargura de Maria do Carmo e das exigências de Eduarda. Estava desiludido com o trabalho no serviço. Cansado de tanto de tanto trabalho administrativo e de gestão. Cansado das pessoas.

A Esperança surgiu como uma ilha capaz de acolher as ondas e acalmar o mar revolto dentro de Capitolino.

A Esperança foi a ultima a saber. Capitolino falou-lhe de si. De Maria do Carmo, de Eduarda, de Sónia Catarina. Até lhe falou no Pantufa, que por esses dias andava muito debilitado, com uma grande crise de fígado...

Então, Esperança, sentiu no peito uma boca aberta, ávida, e abraçou Capitolino, com vigor.
Ficaram assim, enquanto a noite vinha e de repente ficou...

2 comentários:

BÓLICE disse...

'Tá um ganda texto! É do teu livro? Antes fosse. Escreve mas é evitar fazeres isto (assinalado entre duas aspas)...

---Pois, foi-se... Só ""resistis-te"" dois meses... Foi bom enquanto durou, encontrar-te por cá. Beijos e até... A porra é que agora já não tenho onde entrar para começar o dia bem disposta... AoSolÉQueSeEstáBem, no campo ou nas saias da mãe... do outro...---

... e quem te disse que eu me fui embora...HUMMMHH!?!


jks e inté

Aragana disse...

Opá.... a Sónia Catarina... prontus.. estou apaixonada por este nome... estou, prontus... ela cresce e torna-se numa cançonetista mais famosa que esse grande astista de renome internacional... Tony Carrera (que entretanto subtraiu o "i" no nome porque descobriu que desde os anscestrais tretratratatarataraavós, era assim que se escrevia)!

(não ligues.. eu volto mais tarde quando isto passar..)